A maré golpista na américa latina
Curadoria de Umberto Ribeiro

Folhapress, foto de Pedro Ladeira
Ainda serão necessárias investigações mais alentadas acerca das influências internacionais, regionais e nacionais na constituição da conjuntura latino-americana inaugurada após a crise econômica de 2008. Mas já se destacam como marcas reconhecíveis desse período sucessivos golpes de Estado caracterizados pela interferência de capitais, empresas e instituições norte-americanas, bem como pelo predomínio da via institucional e do uso de lawfare na tomada do poder por grupos alinhados à agenda neoliberal de desnacionalização econômica e desindustrialização em reforço de nossa condição primário-exportadora na Divisão Internacional do Trabalho.
Enquanto pesquisas mais sólidas de síntese não elucidam esse contexto (que não é só latino-americano e vem dando lugar a processos eleitorais controversos em todo planeta e que podem chancelar experiências populistas-autoritárias – a exemplo dos Estados Unidos, Hungria, Turquia, Filipinas), indiciamos na seleção de artigos desta edição a seguinte hipótese: as raízes dessa conjuntura de desestabilização de regimes políticos de corte socialdemocrata e popular, em especial no cone Sul, conectam-se ao acirramento da competição internacional entre Estados Unidos e China.
Confiamos à inteligência de quem nos ler a materialização dos vínculos aqui mencionados em cada um dos artigos a seguir, dispostos segundo a sua ordem nos acontecimentos mais recentes de nosso hemisfério.
A crise de 2008 e a Guerra econômica contra a China
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-48261648
Honduras
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2009/07/090702_hondurastimeline
Paraguai
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2012/06/120623_paraguai_brasil_jf
Equador
https://istoe.com.br/103537_EQUADOR+DECLARA+ESTADO+DE+EXCECAO+APOS+TENTATIVA+DE+GOLPE/
Lawfare
Brasil
https://apublica.org/2020/05/no-ministerio-da-justica-sergio-moro-abriu-as-portas-para-o-fbi/
Venezuela
Bolívia
https://veja.abril.com.br/economia/vamos-dar-golpe-em-quem-quisermos-diz-elon-musk-no-twitter/